A CASTANHA
Aproxima-se a passos largos, a festa dos magustos!
Algazarra…sitio…castanhas…pruma, agulhas, gravalha caruma…, sal…, degustação, e finalmente o ensarranhar!
CONHECIMENTO:
O Castanheiro, árvore que dá a castanha, é originária da Ásia Menor e da região europeia dos Balcãs e Cáucaso.
A civilização ocidental já conhece a castanha há mais de 100 mil anos. O Homem pré–histórico servia-se dela como alimento calórico, para si mesmo e para os animais.
Os Gregos e os romanos conservavam esta semente em ânforas cheias de mel silvestre, ficando este embebido com o seu sabor.
No período da Idade Média, os monges e as freiras utilizavam as castanhas nas suas receitas em mosteiros e abadias. Na altura esta semente seca era moída e tornou-se uma das farinhas mais importantes da Europa.
O Renascimento trouxe novos requintes à gastronomia, criando novas receitas. Surge, por exemplo, o marron glacé, iguarias da doçaria francesa e italiana.
No nosso País, no século XVII, ela era um dos produtos básicos da alimentação dos beirões e transmontanos, substituindo mesmo o pão ou as batatas.
O Fruto
A castanha não é o fruto do castanheiro. Esse é o
ouriço.
A castanha é uma semente que surge no interior do ouriço. Há várias espécies de castanha. As mais comuns são a camarinha, a judia, e a longal ou enxerta.
Saúde:
A castanha tem menos gordura que outras sementes secas, como nozes ou o amendoim, mas tem mais amido (um hidrato de carbono) que as batatas, por exemplo. São também ricas em vitamina C e B6 é uma boa fonte de potássio. Por ser vegetal, não tem colesterol.
A castanha também é usada na medicina. As folhas, a casca, as flores e o fruto têm propriedades nutritivas e energéticas, tónicas, estimulantes, anti–sépticas e revitalizantes.
A medicina natural propõe fazer gargarejos com infusão de folhas de castanheiro ou de ouriços para afinar as cordas vocais e curar a faringite e a tosse.
Culinária:
Cozidas com erva-doce, assadas ou transformadas em farinha, as castanhas foram sempre um alimento muito popular. Mas, antes de cozinhadas, deve-se golpear a casca, de contrário pode explodir. São um bom acompanhamento para carne de porco e para confeccionar bolos e pudins.
Pudim de Castanhas:
Retalha um quilo de castanhas e leva-as a cozer em água abundante. Descasca-as. Guardar algumas para a decoração e faz um puré com as restantes, usando o passe-vite. Leva sete decilitros de leite ao lume com casca de laranja e um pau de canela, até ferver. Retira a casca de laranja e o pau de canela, e mistura o leite com o puré de castanhas. À parte, bate sete ovos com trezentos gramas de açúcar até obter um creme homogéneo, e junta ao preparado anterior. Despeja numa forma para pudins com caramelo a gosto. Leva-se a cozer cerca de quinze minutos, na panela de pressão.
Desenforma apenas depois de frio e decora com as castanhas reservadas. Serve bem fresco.
Curiosidades:
A castanha é tema de ditos, lengalengas, canções, quadras e contos populares, sobretudo no Nordeste Transmontano. Ali, chama-se bilhós às castanhas assadas e descascadas ou peladas.
Festa Popular:
À castanha associa-se o vinho novo, a jeropiga e a água-pé, fazem – -se cantigas é o magusto.
Bibliografia
· Sítio da Câmara Municipal de Mirandela
http://www.cm-mirandela.pt/index.php?oid=3624
· “Pudim de Castanhas”, receita retirada do sítio Petiscos.com
www.petiscos.com/smf/index.php?topic=16351.0
· Livro de Jorge Lage “Castanea – Uma Dádiva dos Deuses”